segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Demônios Dançantes do Universo de Minha Mente


Cansada de ser atormentada por meus próprios demônios eu rezo baixo pelos cantos, tento e tento e tento e tento afoga-los em pensamentos, porém em vão, pois após tanto tempo imersos na minha alma fria era previsível que eles aprendessem a nadar... Os gritos estridentes cortam cada pedaço de sanidade que ainda me resta, é como se tudo fosse perdido dentro de mim, como se houvesse um universo inteiro dentro de mim, um universo em colapso... Não há saídas, não há uma luz, uma busca, uma razão, não há nada por que lutar... Inigualavelmente eu desmorono, caio de joelhos na sarjeta e tento arrancar de meu peito toda a dor que há dentro de mim, mas isso é como um câncer, impreguina em cada órgão saudável que temos... Você é meu câncer, minha metástase, minha dor, meu sofrimento, minha felicidade e meu sorriso, você faz de mim tudo e nada. Você me perturba com seus olhares penetrantes, com suas palavras frias e duras, com sua voz suave você me ilude, porém já crava rapidamente suas palavras letais em meu peito... Qual o propósito disso tudo? Viver uma vida sem vida, morrer todos os dias e continuar viva? Começo a me perguntar o porquê de eu insistir em correr atrás, por que não deixar a maré me levar? E limpar tudo de ruim que há dentro de mim... É, seria bom. Seria bom, tê-la aqui, para que me faça tudo e nada, que minta para mim, que me mate, que me ame, me queira.
Não entendo, porque, porque tem de ser assim? Porque temos que ser “diferentes” aos seus olhos?! Porque você tem que ser meu demônio mais perverso? Aquele que habita em mim, aquele que cozinha pensamentos suicidas em minha mente... Porém aquele que cuida de mim, e me impede de coloca-los em prática? Como te amo! Como te odeio!
Num canto escuro de meu quarto a navalha corta um pedaço morto de carne, minha carne. E o sangue, meu sangue, sai aos poucos, deliciando-me em uma sensação de, por um instante, alívio... A dor é forte e contínua por alguns instantes, porém reconfortante. Sei que não devia, ela não iria gostar, mas me ajuda. Não, não agora, nem nunca, jurei que não tornaria a me auto depreciar. E não vou. Mas queria... Não só isso. Queria ela nos meus braços novamente... Poder sentir os beijos suaves e apaixonados dela, sentir os toques, a pele, poder amar novamente. Tudo sem ela é assim, vazio, frio e confuso, sem ela os demônios voltam, e voltam e cada vez piores... Salve-me, por favor... Tire-me daqui! (A luz se apaga) Morri? Não... Só dormir profundamente por alguns instantes, e sonhei, por incrível que pareça, que era feliz.

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