Como se as borboletas que sempre voaram
em meu estomago estivessem mortas, foi assim que acordei essa manhã. Me
sentindo fora de mim, quebrada por dentro, por dentro da alma. Um século se
passou até que eu conseguisse tirar meus pés da cama e com um esforço
sobrenatural me levantar. Corri pro banheiro, me olhei no espelho, a maquiagem
borrada, bati em meu rosto para ver se aquilo era só mais um pesadelo. Era a vida.
Coloquei o moletom velho que deixei
jogado no canto e fui sem rumo por ai, pensar o porque você soltou as minhas
mãos, o que fiz de errado pra você decidir esquecer de mim. Não há motivos para
sua decisão a não ser meu amor excessivo por você. De repente me vejo naquele
lugar escondido do resto do mundo em que costumávamos ficar no finalzinho da
tarde enquanto caia a chuva de sempre.
E então, me
arrasto na parede chegando até o chão, naquele cantinho que era só nosso, me
lembrando do que nós poderíamos ser e não fomos, do que planejei para nós dois.
Nossas conversas, coisas que só você sabia, me entendia. Dos nossos amassos e
abraços, do jeito incrível que você era comigo.
Pensei sobre tudo o que havia de ser pensado sobre eu e você e já era
tarde quando percebi o quão rápido o tempo passou. Me levantei e segui o
caminho de volta pra casa, cabisbaixa, ainda sem entender o que havia
acontecido com nós dois, até a hora que ouvi um ´´psiu´´ e olhei, de início não
enxerguei muito, já estava bastante escuro, mas claro o suficiente pra ver que na
minha frente estava você com aquele sorriso largo me chamando pra perto, fechei
meus olhos por um instante, e pensei se te ignoraria ou devolveria um
sorrisinho educado. Nem um nem outro, soltei o meu extravagante olá e fui te
abraçar como se não te visse faz tempo. Estávamos de um jeito que nosso olhar
não tinha como se desviar e sentia o vapor da sua boca bater em meu rosto. Te
cumprimentei com um beijo no rosto e sorri, então virei rapidamente para não
ter que conversar. Não conseguia te odiar, nem entender o porque de tudo
aquilo, menti ao dizer que estava mal, porque na verdade estava bem em ver que
você continuou o mesmo comigo. Só um
pouco revoltada por aceitar tudo sem as devidas respostas, perdida com essa história toda de não
acordar numa manhã qualquer ao seu lado.
Os porquês
viraram a resposta de tudo, entendi de alguma forma que seria melhor assim, que
o psiu que me acordava todas as manhãs me acordou pra vida quando te vi aquela
noite, você estava ali o tempo todo como amigo e não como o dono do meu
coração. As borboletas ressuscitaram em meu estomago e por fim minha alma se
acalmou.
Com amor, Sua Querida Julieta, Xoxo ♥
ja passei por isso D=
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